Primeira mesa-redonda da Seacom discute cultura pop e resistência

Participam do debate os pesquisadores Christian Gonzatti e Guilherme Sfredo Miorando

GUILHERME LIMES

Card de divulgação da primeira mesa-redonda da Seacom 2020.

Em virtude do novo coronavírus, a IX Semana Acadêmica de Comunicação (Seacom) do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Acre (Ufac), acontece pela primeira vez no formato virtual. O evento online ocorre de 10 a 12 de agosto, às 18h (às 16h no Acre) e conta com três mesas-redondas. Os pesquisados Christian Gonzatti e Guilherme Sfredo Miorando são responsáveis por debater a mesa de abertura do evento, com o tema “Cultura Pop: Ativismo e resistência”.

Miorando enfatiza que sempre teve contato com o universo da cultura pop. Sua formação acadêmica em Publicidade e Propaganda foi influenciada pelo universo geek e nerd. O pesquisador destaca que a paisagem da cultura pop vem fornecendo uma nova percepção para os jovens. Em seu mestrado, o pesquisador se deteve ao estudo do quadrinho ‘Fun Home’, cuja temática estar centrada em uma cartunista lésbica que, mais tarde, descobre que o pai é gay. 

“É um quadrinho bem profundo, pois ele utiliza muito a literatura e a psicologia. Me rendeu bastante. Estudei a identidade e sexualidade dela. E com isso, acabei desenvolvendo um quadrinho”, ressalta Miorando.

Para Gonzatti, a cultura pop articula tanto os meios midiáticos quanto as corporações capitalistas. Nesse sentido, os media desempenham o papel de ordenamento de parâmetros sociais, ao conferir visibilidade a algumas identidades e privilegiar um conjunto específico de representações. Esse percurso, segundo Gonzatti, acaba por inviabilizar uma quantidade enorme de sujeitos e identidades que não estão incluídas nos parâmetros hegemônicos. A cultura pop, como arena de disputa e sentido, pode contribuir para a ascensão de debates envolvendo sexualidade, gênero, raça e etnia.

“Se temos o Pantera Negra, não é porque a Disney ou Marvel ficaram ‘boazinhas’, no sentido de ‘vamos trazer uma figura de representatividade para este público’. Não! Isto se dá porque há uma luta social de pessoas negras reivindicando por representatividade”, explicou Gonzatti.

Sobre os convidados 

Guilherme Sfredo Miorando é formado em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda, além de possuir especialização em Imagem Publicitária, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS). No momento, cursa doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). É mestre em Memória Social e Bens Culturais na Universidade La Salle (UNILASALLE). Atua como design gráfico, redator e roteirista, além de ser professor conteudista na especialização de Ensino a Distância (EaD) em Histórias em Quadrinhos: Definições Conceituais e Produção de Histórias em Quadrinhos. Sua linha de pesquisa são histórias em quadrinhos, memória coletiva, bens culturais, comunicação, design, narrativas, linguagens, educação, estudos feministas e de gênero, além de teoria queer

Christian Gonzatti é doutorando e Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Graduado em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda, também pela Unisinos. É membro do Laboratório de Investigação do Ciberacontecimento (LIC). Atua em pesquisas que articulam temas do jornalismo, como as teorias do acontecimento, dos processos em redes e mídias digitais e dos estudos de semiótica. Trabalha com marketing digital e gerenciamento de sites de redes sociais, tendo experiências na área com empresas de diferentes segmentos. Ministra cursos sobre metodologias para análises de redes digitais. Tem interesse, atualmente, nos estudos de cultura pop, redes e mídias digitais, semiótica e pedagogias das diferenças.

Deixe um comentário