Terceira mesa-redonda da Seacom discute gênero e racismo no jornalismo

Participam do debate as pesquisadoras Márcia Veiga e Fabiana Moraes 

HELLEN LIRTÊZ

Card de divulgação da terceira e última mesa-redonda da Seacom 2020.

A última mesa-redonda da Semana Acadêmica de Comunicação (Seacom) acontece no dia 12 de agosto, às 16h (18h pelo horário de Brasília). As pesquisadoras convidadas Márcia Veiga e Fabiana Moraes discutem o tema “Racismo e sexismo epistêmico: práticas jornalísticas e resistências”. Por conta da pandemia provocada pelo coronavírus, a Seacom será transmitida pelo Youtube. O canal será disponibilizado aos interessados em breve.

Sobre o tema da mesa-redonda, Márcia Veiga explica que é importante entender os valores e as relações de poder que atravessam o campo jornalístico. Valores que criam assimetrias e desigualdades. A pesquisadora aponta que a formação jornalística é essencial para a configuração de novos saberes para a “descolonização” das práticas.

A segunda debatedora da mesa é Fabiana Moraes. A professora centraliza seus estudos na discussão sobre gênero, raça e classe. Em suas pesquisas, Moraes busca refletir sobre a personificação do preconceito e do racismo na sociedade. 

Fabiana Moraes é autora do livro-reportagem “O nascimento de Joyce, transexualidade, jornalismo e os limites entre repórter e personagem”. Na obra, Fabiana conta a história de um árduo rito de passagem. Narrando do início ao fim, a longa saga de um ex-agricultor que procura um serviço público de saúde para adequar seu corpo masculino ao feminino que traz em si. Escreve sobre a dor, o suor, assombro e a alegria de produzir a reportagem. E expõe sem reservas a complicada relação com seu personagem. Em um ensaio pioneiro, apresentou o conceito de jornalismo de subjetividade, defendendo um olhar mais profundo entre fonte e jornalista.

Sobre as pesquisadoras

Marcia Veiga é formada em Comunicação Social – Com habilitação em Jornalismo pela Universidade Luterana do Brasil. É mestre em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É doutora em Comunicação e Informação também pela UFRGS. Foi vencedora do Prêmio Adelmo Genro Filho 2011, na categoria Melhor Dissertação de Mestrado, concedido pela Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJOR). Menção Honrosa no Prêmio CAPES de Teses 2016 na área Ciências Sociais Aplicadas I. É autora do livro “Masculino, o gênero do Jornalismo: modos de produção das notícias”. 

Fabiana Moraes é formada em Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É mestra em Comunicação e doutora em Sociologia pela UFPE. É autora dos livros “Jomard Muniz de Britto – Professor em Transe”; “Os Sertões; Nabuco em Pretos e Brancos”; “No País do Racismo Institucional”; “O Nascimento de Joicy”. Tem como temas de interesse mídia, infoentretenimento, visibilidade, pobreza, sociologia do consumo. É ganhadora do Prêmio Esso de Jornalismo (“Os Sertões”), Prêmio Esso de Reportagem (por “O Nascimento de Joicy”); Prêmio Esso Regional (“A Vida Mambembe”), Prêmio Petrobras de Jornalismo, prêmio Embratel de Cultura (“Quase Brancos, Quase Negros”). Ainda ganhou dois prêmios Cristina Tavares por Os Sertões e Quase Brancos, Quase Negros. Premiada com a medalha Heroínas do Tejucupapo pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PE). Atualmente, é professora adjunta da UFPE e também no Núcleo de Design e Comunicação, Campus do Agreste (CAA).

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