Eventos virtuais possibilitam o desenvolvimento de Atividades Complementares

Cruciais para a formação acadêmica dos estudantes universitários, ações fornecem conhecimento e especialização em tempos de isolamento social

RENATO MENEZES

Em decorrência da pandemia causada pelo novo Coronavírus, diversas ações estudantis foram afetadas e necessitaram passar por processos de readaptação. Com as Atividades Complementares a situação não foi diferente. O que, antes, ocorria com mais frequência na forma presencial, agora se reinventa nas plataformas virtuais para continuar cumprindo o dever social de democratizar a educação. Além da IX Semana Acadêmica de Comunicação (Seacom), o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom), o Encontro de Pesquisa em Comunicação na Amazônia (EPCA) e as Jornadas Andinas de Literatura Latino-americana de Estudantes (Jalla-e) constituem-se como exemplos de eventos voltados às áreas de Comunicação, Jornalismo e Humanidades que ocorrem na modalidade on-line durante o contexto de isolamento.

O Intercom, que acontece desde 1977, promove a 43ª edição neste ano com o tema “Um mundo e muitas vozes: da utopia à distopia?”. O congresso, que costuma reunir cerca de 3,5 mil pessoas envolvendo acadêmicos, pesquisadores e profissionais da área, acontece no formato virtual pela primeira vez na história, mas mantendo o compromisso social de contribuir com as Ciências Sociais Aplicadas por meio do debate democrático e da reflexão sobre a realidade brasileira. A edição 2020 é organizada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), estado em que aconteceria o evento presencial.

Card de divulgação do Intercom 2020.

O Encontro de Pesquisa em Comunicação da Amazônia (EPCA), organizado desde 2017 pelo programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia da Universidade Federal do Pará (UFPA) em conjunto com o Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura (PPGCLC) da Universidade da Amazônia (Unama), também acontece de forma virtual. O evento, que fomenta pesquisas e debates voltados para as Amazônias, ocorre nos dias 26, 27 e 28 de agosto com o tema “Pesquisa em Comunicação na Amazônia: os desafios de fazer ciência em tempos de crise”.

Card de divulgação do Encontro de Pesquisa em Comunicação na Amazônia (EPCA).

O Jalla-e, por sua vez, acontece nos dias 07, 08 e 09 de outubro e tem como tema a “Diversidade Latino-americana: encontros e desencontros, perspectivas para o século XXI”. As atividades presenciais, que ocorreriam na Universidade Federal do Acre, foram remanejadas para o ambiente virtual.

Card de divulgação da XIX Jornadas Andinas de Literatura Latinoamericana de Estudantes (JALLA-E).

PARA ALÉM DA SALA DE AULA

De acordo com a coordenadora e professora do curso de Jornalismo, Tatyana Lima, essas atividades são importantes para a formação do aluno e podem auxiliar na monografia ou no projeto experimental. A pesquisadora destaca que “as atividades complementares são uma oportunidade para os alunos experimentarem além da sala de aula, ou seja, além do ensino, e assim também poderem vivenciar a pesquisa e a extensão, que fazem parte do tripé no qual as universidades federais públicas estão baseadas”.

A estudante de jornalismo, Pâmela Freitas, afirma que este momento de isolamento social pode ser usado para conseguir as horas complementares e não se distanciar das atividades acadêmicas. “Um aluno só consegue colar grau com horas de atividades complementares, no nosso caso em Jornalismo são 300 horas. Mas, para além disso, as atividades complementares servem como um complemento do que é apreendido em sala de aula. Uma forma de aprimorar o conhecimento obtido”, ressalta.

O QUE SÃO ATIVIDADES COMPLEMENTARES?

Estabelecida pelo Ministério da Educação em 2003 e incorporada na carga horária do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Acre através da Resolução de 04 de outubro de 2013, as Atividades Complementares (ACs) são ações paralelas ao curso, internas e/ou externas à Universidade, que visam ampliar a formação profissional e intelectual do aluno.

Durante o período de graduação em Jornalismo, são exigidas 300 horas/aula, distribuídas em pelo menos três atividades envolvendo participação em eventos científicos, estágio, publicações científicas e jornalísticas, monitoria, iniciativas de extensão universitária, entre outros contemplados pelo Plano Político Pedagógico do curso.  Sem o cumprimento desta obrigatoriedade, o aluno não poderá se formar.

No entanto, a professora Tatyana Lima ressalta que os estudantes não serão prejudicados neste momento de pandemia, uma vez que nem todos possuem condições de acesso à internet. “Com certeza entendemos que é um momento atípico no qual todos estamos angustiados, então, acredito que as atividades complementares podem ser uma forma de se reconectar com a universidade, com os colegas e professores e ainda conhecer outros estudantes, docentes e pesquisadores de todo o país”, finaliza.

Deixe um comentário